Os Refugiados sobreviventes do Genocidio de Sudão: o Caso do jovem Bechug

CAPITULO 3 Os Refugiados sobreviventes do Genocidio de Sudão: o Caso do jovem Bechug A chave maestra para todos os problemas africanos sempre foi e será a PAZ e a UNIDADE. Este seria facilmente resolvido com a mobilização dos africanos no seu próprio continente, em vez da imigração para fora, rumo a construção deste objectivo fundamental que sempre esteve na mente dos Africanos desde a invasão, passando pela escravatura, colonização até hoje. As catástrofes humánitárias resultados de guerras no continente Africano tem passado a margem, não só pelos hipócritas líderes europeus que encabeçam os programas humanitários e económicos, mas pelos próprios dirigentes Africanos que na maioria do tempo esquecem de pôr este problema em cima da mesa quando são convidados para estes jantares em Berlim, Nova York ou Addis Ababa. Sudão pode ser um caso de estudo na Africa e mais um outro triste exemplo das inúmeras que podíamos continuar a citar. Este genocídio que quase não ouvimos falar, aconteceu a muito pouco tempo com o povo Nuer . Um conflito mais político do que êtnico como a mídiadiz que tirou a vida de mais de 50 mil pessoas e 1,5 milhão de refugiados. O país que antes 2013 era considerado com maior zona áravel do mundo, deixou para trás a esperança de uma vida melhor para mais de 200 milhões de sobreviventes, um número que deve ser compreendido não só para esta país, mas em todas as fronteiras com que este conflito se espalharam, ao encontro de outros que se acumulavam desde as guerras pelas independências coloniais, ou melhor dizendo que a escravatura Europeia começaram. Para muitos analistas sociais e políticos é preciso parar de pensar que as razões destes problemas são simplismente êtnicos, isto é desentendimento entre povos : Nuer e Dinkas, oromos, trigay, etc A razão fundamental destes conflito é sem dúvida a sede do poder dos líderes mundiais, das oligarquias, que pensam mais nas riquezas petrolíferas e dos outros principais recursos minérios que o subsolo do continente Africano reservam. Eles pensam que são donos eternos das terras africanas, um direito colonial pelo qual não há nada a fazer. Eles manipulam as principais formas dos poderes políticos africanos, impondo os seus próprios modelos económicos, sociais e políticos, de forma que satisfaçam os seus interesses nacionais e dos seus principais aliados Eles estão divididos em blocos tantos económicos como religiosos e militares e conseguem modelar as mentes humanas mundiais para os servirem como escravos. Por outro lado, as vezes escapa aos nossos olhos, a outra face desta moeda: o silêncio dos bons e a desvalorização dos esforços reais daqueles que lutam contra este problema no quotidiano. Resumindo as potências neo-coloniais são absolutamente a causa de todos os problemas africanos no que concerne as Guerras juntamente com os seus cúmplices de mente neocolonizada, que em vez de se unirem passam a vida inteira desunirem e a competirem nas redes sociais. Reza um conto popular do povo Nuer que o profeta Ngungdeng já tinha profetizado que o sudão ia dividir que as pessoas iriam refugiar na Ethiopia. Ele mandou dar para a Haille Selassie uma Vaca com um grande Chifre. Depois ordenou que cortassem a vaca o rabo antes de deixar este partir. Quando as pessoas o perguntaram sobre o significado ele respondeu: aí vem o tempo que voçês vão seguir o destino da Vaca para depois voltar para trazer a paz para o vosso país. Um caso prático do jovem refugiado de Sudão de Sul: Bechug o seguidor da Vaca Começamos a trabalhar com um grupo de crianças e adolescentes Nuer e depois com as suas mães há cerca de 2 anos. Segundo as próprias palavras do jovem “eu começei a vir no Deug no dia que nos ofereceram uma bola de futebol. Depois compreendi que esta era a nossa casa, fora do qual não havia outro. É o único lugar onde eu sinto confiança de estar agora” e não me sinto discriminado” Na comunidade da Bela, onde está instalado o Centro Ethiopanafricano vivem cerca de 300 refugiados Nuers. Os principais problemas detectados com este grupo são: 1. Familias com baixo ou sem nenhum poder de renda; 2. Não Comprenção da lingua do país do acolhimento; 3. Ausência de papeis ou documentos oficiais; 4. As crianças começam a se desviarem socialmente; 5. Discriminação no seio do pais de acolhimento; Para resolver parte deste problema a Fundação DEUG 27 começou a suportar estas crianças e jovens com materiais escolares, formações em diversas áreas, actividades de entrentimento, alimentação etc. Pouco a pouco começamos a compreender que estas crianças deveriam ser ajudados com programas específicos com os quais Deug se identificam, isto é atravês uma filosofia de Unidade Africana para a Paz. Um dos vário jovem Nuers que teve um bom desempenho na fundação é o Bechug. Este começou a nos despertar atenção pela sua criatividade e talento na área da costura enquanto aprendizado na Fundação. Sem nenhum papel de identificação, sem a precença dos seus pais ele começou a encarar a oportunidade começando a integrar nos objectivos fundamentais da organização. Para além de fazer a costura ele faz todo o tipo de trabalho. A nossa ideia é conseguir os documentos para ele. Por isso deslocamos para a Embaixada que representa o seu país, mas sentimos que estes não podiam fazer alguma coisa. Portanto, estamos a pensar que a solução melhor seria para além de empregar este jovem atravês da sua própria capacidade produtiva, criar condições favoráveis para que o grupo treinado em Ethiopia, tanto Nuer como Ethiopianos e outras nacionalidades que trabalham juntos possam criar um novo braço da Fundação em Sudão. Este seria uma grande mudança porque o sonho de qualquer refugiado é um dia poder voltar e trabalhar para reconstrução do seu país cumprindo a profecia de Ngungdeng. Com uma base no Sudão de Sul podemos começar a mobilizar a resolução dos papeis de Bechug e de muitos outros que vivem em Adidis Ababa. Seria um passo inêdito continuar a dar passos para esta preparação durante este ano 2022. Como diz o provêrbio Ethiopiano “ o ovo pouco a pouco começa a andar” Este caso prático foi declarado para motivar as pessoas a encararem os problemas Africanos como um TODO e a engajar-se nas suas soluções de baixo para cima isto é nas próprias comunidades. Se o próprio grupo de Refugiado, que foi tomado como uma missão profêtica, não tomar a consciência da sua independência quem poderá o fazer? O problema poderá ser transformado em solução. A massa dos refugiados concentrados no país pode vir a tornar-se uma grande oportunidade.

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