O dia 16 de Julho de 1976 marcou a grande revolução estudantil contra o regime de Apartheid. Foi um dia da tristeza, mas ao mesmo tempo glorioso para muitos Africanos, pelo facto de nos ensinar o valor da liberdade que temos hoje nas nossas mãos mas que ao mesmo tempo desperdiçamos todos os dias.
Como diz um jovem Ethiopiano Kalebe Rapper que juntou connosco na comemoração deste dia: cometemos um erro, nós não utilizamos a força da fé e da espiritualidade para o converter em poder. Sem o poder nas mãos os nossos governantes não tem nenhuma escolha.
Naquele dia cerca de 20 mil estudantes em Soweto reuniram para protestar contra o Regime de Apartheid e a lei do ensino em lingua estrangeira- denominada Africaans - lingua Deuth.
Para eles a lei Bantu Education Act nº 47 1953, os tornava escravos outra vez nos seus póprios países.
O governo da Supremacia Branca com cães ferrozes, metralhadoras e helicópteros organizaram um massacre para impedir um protesto estudantil, o que ceifou a vida de cerca de duas centenas de jovens.
O governos da Supremacia Branca, nomeadamente Inglaterra e Alemanha, suportada por vários países, como Portugal por exemplo que não queria também libertar as suas colónias, muito cedo estavam na base da colonização desta parte da África, piorando a situação a medida que descobriram extensas reservas de diamante e de ouro.
As sociedades Europeias e Americanas sempre organizaram em defesa do interesse da exploração dos recursos fundamentais do nosso continente, naturais e humanos, onde a Educação não foi indiferente, senão o cadeado principal ao lado da religião, para bloquear a nossa mente e liberdade.
Com medo que os povos indígenas assumissem o poder para controlar os recursos da sua Nação, no meio de uma sociedade capitalista elitista e industrial emergente, mas também de uma África que estava a acordar com o suporte da Ethiopia, enquanto líder das nações Africanas (salientando a a 2ª victória sobre os italianos em Maio 1941), endureceram ainda mais a Lei marcial denominada Apharteid.
Apartheid é basicamente um sistema de Racismo Colonial, com um controlo absoluto das terras, da cidade e divisão radical entre branco e preto atraves da Lei do Passbook, utilizando várias estratêgias de opressão e dominação dos povos africanos nestas regiões e do mundo inteiro, se analizarmos este aspectos no contexto global das teorias Panafricanistas.
A África do Sul estava a viver uma situação drámática, que levou com que fosse uma das principais preocupações da Fundação da Organização União Africana em 1963 em suportar a luta para o fim do Apartheid.
E o hoje será que o Apartheid terminou?
Não. Antes de mais no própio país existe uma grande desigualdade e racismo praticado mesmo contra cidadões Africanos.
Hoje 46 anos depois as crianças africanas ainda são usadas como soldados em guerras entre as nações Africanas; As crianças não gozam dos direitos fundamentais que os recursos naturais e minerais dos seus países podiam sustentar como a : qualidade e acesso a material de educação, ensino na suas línguas maternas, conhecimento da história da luta pela independência dos seus países, qualidade de alimentação, moradia e lazer.
O pior é que as crianças estão debaixo de um sistema de ensino neocolonial que não lhes permitem refletirem livremente a sua própria origem Africana.
Por exemplo as crianças em Cabo Verde não podem usufruir o imenso poder da riqueza marítima e turística deste país, controladas pelas organizações estrangeiras, o principal motivo da luta de Amílcar Cabral, considerando que as crianças são as flores da revolução.
As criança aprendem em português e nem não são ensinadas a história dos movimentos Panafricanistas nos seus currículos escolares.
Como as crianças em Cabo Verde e em toda a África serão dignos da revolução do Soweto se até hoje os seus líderes que tomaram o poder a partir das independências neglegenciam os próprios factos históricos mais importantes que estão na base da formação das suas nações?
Este ano a nossa Fundação Deug 27 celebrou o Dia da África com o Tema: Selam África, coloque a sua mão para suportar a paz Africana” ou seja Paz para toda a Africa é possivel se juntarmos nesta causa.
5 organizações e a comunidade atenderam ao evento, o pedido da assunção da responsabilidade para a paz e prosperidade para a geração.
No nosso caso especfico várias crianças participantes são sobreviventes das guerras do Sudão de Sul. Eles vieram refugiados acompanhados das suas mães e vivem debaixo de uma situação de miséria insuportável para um país tão rico como Sudão.
Um outro facto importante é que esta celebração teve a união de criança de Ethiopia, Sudão de Sul e de Cabo Verde, juntos a cantar, pintar e colocar as suas mãos na Africa de paz que desejam.
Pela primeira vez reunimos crianças e povos de várias nacionalidades pensando o mesmo objectivo a mesma visão: direito das crianças pensarem com as suas próprias cabeças.
Uma criança Caboverdiana, na entrevista disse que ela gostava que a África vivesee em igualdade com os outros continentes, e por fim com a sua guitarra interpretou a música Redeption Song de Bob Marley que expressa a liberdade que queremos agora para construir o futuro de amanhã.
Análises do Apartheid de hoje no dia da celebração da Revolução de Soweto.
by RAS MUNDA DEUG27
-
0